Destaque José Hoguane, Exposição Tradição,Tecnologia e Arte

José Hoguane, estudante de Dmad oriundo de Maputo, desenvolveu um artefacto/instalação que teve como ponto de partida a mbila (Timbila).


A Timbila é um instrumento de percurssão tradicional do sul de Moçambique, nas comunidades Chopi, distinguido, desde 2008, pelo Unesco e integrando a lista de Património Cutural Imaterial da Humanidade. [1]



Vídeo da Unesco, com os musicos tradicionais da Timbila, Comunidade Chopi, Sul de Moçambique

Com o seu artefacto/instalação "Não Vás,Ó Mbila", José Hoguane criou uma narrativa musical, visual e cénica que pretende alertar para o subito aumento de procura da timbila e do consequente aumento da sua produção de forma a responder à procura, sem a noção das consequências que poem em causa a sustentabilidade da sua própria perservação: "estaque para o abate indiscriminado de árvores das quais se extrai a madeira específica para o fabrico das timbila, o que gera a escassez das timbila, a descaraterização das tonalidades sonoras originais (pelo uso de madeira alternativa) colocando em perigo o desiderato de sua disseminação e preservação." [2]

O instrumento tradicional "A timbila (plural de mbila = 1 lâmina de madeira) apresenta a sua particularidade nas massalas (ou "maçalas"), isto é, cabaças de vários tamanhos que funcionam como caixas de ressonância e que se encontram por baixo de cada lâmina de madeira. Cada lâmina possui um pequeno orifício pelo qual o som é transmitido até à caixa de ressonância (cabaça). Esta encontra-se fixa à lamina, através de uma mistura de componentes naturais, como cera de abelha, terra e intestino animal. Os materiais com que se constrói a mbila são fundamentais para lhe conferir o timbre típico. A sua construção, uma arte transmitida de pais para filhos, demora perto de três meses e meio. A timbila é tocada com duas baquetas que na ponta possuem um anel de borracha. Para constituir uma orquestra de timbilas, são necessários vários tipos de mbilas que se diferenciam pelo número, tamanho (em comprimento e largura) e pelo tamanho das suas cabaças."[3]




A instalação de José Hoguane é composta por um pequeno espaço cénico, onde coabitam uma timbila, a representação de um abate, e um espaço verdejante com textura de ervas; cartões com imagens que permitem, através do qr code, o acesso a vídeos de forma ao espetador criar a sua narrativa.

Trata-se de uma inatalação que alia a média-arte à preservação do património imaterial musical, e desperta a vontade de conhecer mais trabalhos do artista e de ver o desenvolvimento deste artefacto numa escala maior.

[1]https://ich.unesco.org/en/RL/chopi-timbila-00133
[2]https://dmad.online/nao-vas-o-mbila/
[3]https://www.infopedia.pt/$timbila

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