Ainda sobre o Pixel 2 (ao quadrado): a estética pós-digital e a materialidade do digital presentes na instalação

Uma das, e provavelmente a característica do Pixel 2 que mais desperta a curiosidade de quem tem visitado a instalação é a imensa materialidade com que representámos o digital.
Durante o processo de criação do Pixel 2 questionámos sobre a tendência, que se têm vindo a tornar num requisito quase obrigatório, da interatividade na arte contemporânea, e, principalmente, na média-arte digital. Interrogamo-nos sobre o papel do espectador-participante e sobre os limites que a "obrigação" de interagir com a obra, através de sistemas digitais e computacionais, impõe na criação, exposição e fruição da média-arte digital.
Apoiamo-nos nas recentes discussões acerca do pós-digital e na haptical art. Quisemos criar uma instalação sobre a arte digital mas que vivesse na sua materialidade, que o espectador a pudesse descobrir à vontade, sem regras pré-estipuladas , tocando, sentindo, ou simplesmente, só observar.
A rematerialização não sendo algo algo completamente novo ganha um novo sentido na sua contemporaneidade. Vivemos numa época em que a maioria das pessoas está habituada, senão mesmo "dependente",  da tecnologia. Podemos considerar que o digital passou a fazer parte das nossas vidas, mas não substituiu o material e a nossa necessidade de experiência física. É essa procura pelo físico, pela materialidade tangível, que nos motivou a criar Pixel 2 .
Instalação Pixel 2 de Acácio de Carvalho e Selma Pereira (2017)

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