O primeiro contacto que tive com a moda (no seu sentido mais abrangente do que as meras peças de roupa) foi através das revistas de moda e dos ambientes extravagantes e dos cenários loucos das produções de moda.
Franca Sozanni (1950-2016) é, sem dúvida, uma forte influência no modo como entendo o conceito de MODA hoje. Editora-chefe da moda italiana desde 1988 até ao ano da sua morte, Franca iniciou a revolução dos media de moda (revolução se manteve com a passagem das produções de moda para os fashion films e para a interatividade dos media digitais emcontante desenvolvimento).
Recordei-a ao assistir ao documentário, na Netflix, "Franca. Chaos and Creation" que não é mais do que uma boa entrevista feita a Franca pelo filho. Durante 1h19, de uma forma descontraída, Franca conta o seu percurso, mas mais que isso, apresenta os pilares da criação artística (indeferentemente em que media se suporte).
Considerada a "rainha da contorvérsia", Franca assume ter feito continuamente exatamente o oposto do que a pesquisa de mercados aconselhava. Procurou sempre a auto-superação, o novo em cada trabalho, determinada e sem medo de levar a moda longe de mais.
Como é dito no documentário "ela destriu o sistema", abandonou as produções de moda em que mostram as peças de roupa. Inaugurou o conceito de moda enquanto superação constante do novo, o sonho grandioso, as produções de modaeloquentes, imersivas, definidas pelas elaboradas cenografias, o trabalho dos manequins enquanto performancers, em narrativas elaborada.
Falhou algumas vezes, mas sem hesitar virou a página e continuou. Com a sua identidade marcadamente italiana: Falhou, paciência, "A vida começa a cada dia".
Criou a moda como significado de imagens incrivelmente fortes, rompeu as regras e mostrou que o "Caos e a criação" podem ser um método eficaz de criação artística.
Imagens retiradas da promoção do documentário e do livro homónimo.
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