O documentário, apresentado pela primeira vez em abril de 2014 no Festival de Cinema de Tribeca, acompanha a entrada de Raf Simons na Christian Dior e a sua árdua tarefa de, recém chegado à haute couture, apresentar a sua primeira colecção de alta costura na Dior e...em oito semanas.
Raf Simons não foi uma escolha óbvia para a direcção criativa da Dior. Sucedendo-se a John Galliano, Raf Simons era um designer pouco conhecido pelo público, o seu trabalho era associado ao design minimalista da Jill Sander, onde foi director criativo, e às colecções de menswear dos anos 1995 a 1998, marcados pelo regresso ao fato escuro.
O documentário conta com imagens de arquivo de Christian Dior e nas memórias do criador. Christian Dior nasceu em 1905 e gerou "uma revolução sem derramamento de sangue" não só na moda mas na feminilidade pós-guerra. Monsieur Dior criou a beleza, o romance e a elegância das mulheres-flor, a que Raf veio acrescentar a energia, o dinamismo e a liberdade de movimentos contemporânea. É uma New Couture, como Raf a intitula, onde o vestido de alta costura passa a ser um corpete.
Em Dior and I acompanhamos o processo de criação e produção, o dilema da rentabilidade (a gestão das encomendas das clientes versus as criações para os desfiles), as dificuldades e as angústias de criar para uma marca com a importância e o legado de Christian Dior, que como a critica de moda Cathy Horyn afirma no filme: "É por causa da história da Dior que as pessoas sentem um enorme fascínio quanto ao seu futuro".
Tenho pena que o nome de John Galliano esteja ausente no filme, seria um fator que até merecia ser destacado, acredito que a sucessão a John Galliano tenha sido um enorme motivo de pressão tanto para Raf como para toda a equipa Dior.
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