“Bem-vindos à cultura da convergência, onde as velhas e as novas mídias colidem, onde a mídia corporativa e mídia alternativa se cruzam, onde o poder do produtor de mídia e o poder do consumidor inteligente interagem de maneiras imprevisíveis.”
Henry Jenkins (2006) [1]
Henry Jenkins (2006) em Cultura de convergência, aborda três conceitos principais: a convergência dos meios de comunicação, a cultura participativa e a inteligência coletiva. Jenkins defende que a convergência representa uma transformação cultural, onde os consumidores são incentivados a procurar novas informações e fazer conexões entre conteúdos mediáticos dispersos. Os espetadores/consumidores abandonaram a antiga passividade face aos meios de comunicação, entrando numa cultura participativa, onde os papéis dos produtores e dos consumidores de médias se confundem, ambos são participantes e interagem de acordo com um novo conjunto de regras, que nenhum conhece por completo.
Citando Henry Jenkins, “se o paradigma da revolução digital presumia que as novas mídias substituíram as antigas, o emergente paradigma da convergência presume que novas e antigas mídias irão interagir de formas cada vez mais complexas”. Os velhos meios de comunicação não vão morrer, o que está a mudar com a introdução das novas tecnologias são as suas funções e status. Por isso, a convergência é mais adequada do que a revolução digital para explicar as transformações dos meios de comunicação na última década.
Para o autor, a convergência não acontece nos aparelhos, mas sim no cérebro dos consumidores individuais e nas suas interações com os outros, indo ao encontro do conceito de inteligência coletiva, definido por Pierre Levy. A inteligência coletiva é apresentada como uma fonte alternativa ao poder mediático.
Jenkins esclarece a falácia da caixa preta, pois reduz a transformação dos meios de comunicação a uma transformação tecnológica. A convergência dos média é mais do que apenas uma mudança tecnológica, é uma alteração à forma como a cultura mediática opera e como os consumidores processam a notícia e o entretimento. Como o próprio autor afirma “a convergência refere-se a um processo, não a um ponto final”.
“O público, que ganhou poder com as novas tecnologias vem ocupando um espaço na interação entre os velhos e os novos modelos de comunicação, está exigindo o direito de participar intimamente da cultura. Produtores que não conseguirem fazer as pazes com a nova cultura participativa enfrentarão uma clientela dominante e a diminuição dos lucros”.
Henry Jenkins (2006) [1]
[1] Henry Jenkins (2006), Cultura da convergência, tradução de Susana Alexandria, 2ª edição, São Paulo: Aleph, ISBN: 978-85-7657-084-4
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